1ª Bienal de Arte Contemporânea no DF de Toninho de Souza - 1993 - Uma mostra que mudou a trajetória artistica de um artista baiano.




Cartaz da 1ª Bienal de Arte Contemporânea no DF de
Toninho de Souza - 1993.  Foto: TS.


Por Octávio Lacerda, 




                                      É sempre bom realizar  um bate papo com o artista, quando o mesmo ultrapassa as regras básicas dentro de um protocolo obedecido por um grupo de artistas ou professores conservadores dos ditames artísticos cujas regras não devem ser quebradas em um processo evolutivo em uma sociedade urbana  cosmopolita em que tem uma escola ou universidade de artes visuais para direcionar a carreira artistica de um pintor ou escultor.
                         Que regras, normas ou protocolo são estas que são impostas ao artista na exposição de suas obras de artes para o público em sua cidade em um período anual? 
                         Essas dúvidas, ou mesmo um tabu que permeia a mente dos jovens ávidos em produzir  artes em grande escala em seu processo criativo  e expor toda a sua produção em sua cidade para sensibilizar os amantes das artes no intuito de vender sua produção e produzir mais e mais a sua safra criativa de obras de artes.
                          Toninho de Souza começou sua carreira artistica em 1969 de forma amadora e seu amadurecimento e reconhecimento artístico começou a fluir a partir do início da década de 80, quando começou a ganhar os principais prêmios nos salões mais cobiçados  e concorridos da Capital Brasileira durante toda a década. 
                           E, no início da década de 90, veio o prêmio máximo que um artista brasileiro almeja ganhar em um concurso de artes visuais, o "Premio de Viagem à Europa". 
                           A cada prêmio recebido, a motivação aflora e a produção e pesquisas artísticas inundam o atelier de obras de artes.  A viagem à Europa, abriu a mente e a imaginação fértil de Toninho de Souza que passou a visitar os principais museus de artes de Lisboa, Madri,  Barcelona, Paris, Bruxelas, Amsterdã, Londres, Munique, Berlim, Viena, Salzburgo, Milão, Veneza, Piza, Florença e Roma.
                            Quando chegou da Europa no final de abril de 1992, sua mente fervilhava a mil de tanta informação que absorveu em um período de 30 dias de pesquisas e observações.
                            Para ele, foi uma jornada cultural que mudou a sua visão sobre as artes visuais  brasileira e universal. 
                             Naquele ano, Toninho de Souza chegando ao Brasil, ganha o "Prêmio Imagem" do Concurso Nacional promovido pelo Centro Cultural da Caixa  Econômica Federal sobre o tema "Pintou o Natal".  Ganha o Primeiro Lugar do concurso de pintura da LISTEL Brasília-DF, para ter sua obra estampada na Capa do Catalogo Telefônico do Distrito Federal alcançando mais de meio milhão de residencias e escritórios comerciais.   E no primeiro semestre de 1993, realiza uma Exposição Individual na Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Paraná e na Galeria Victor Kursancew, na cidade de Joinvile , Santa Catarina.
                                Não satisfeito, no segundo semestre de 1993, realiza a sua 1ª Bienal de Arte Contemporânea no DF de Toninho de Souza - 1993, com dez mostras individuais e simultâneas em dez galerias diferentes da Capital Brasileira.  Nessa Bienal de Arte Contemporânea, o artista baiano aproveita para lançar o seu manifesto do Melantucanarismo na Kasa Galeria, na cidade administrativa de Taguatinga.
                                 Na Capital Brasileira, os artistas daquele período ao verem os cartazes da Bienal, ligavam para o artista para participar da Bienal pensando que fosse um evento de participação coletiva por tantos espaços a serem ocupados com obras de artes em um mesmo mês.  E, talvez, pela primeira vez um artista assume o compromisso de idealizar uma Bienal de grande dimensão e ocupando simultaneamente tantas galerias de artes em uma só cidade, sem ser itinerante, mas, mostras independentes e compostas de uma média de 30 obras  por exposição.  
                                 E o artista teve como objetivo em sua 1ª Bienal de Arte Contemporânea no DF de Toninho de Souza - 1993,  comemorar  a sua trajetória de  25 anos de artes no período de 14 de outubro a 15 de dezembro de 1993, com as seguintes mostras, com catálogo e cartazes:
1 - Do Figurativo ao Abstrato - Galeria Athos Bulcão;
2- Uma visão de Sobradinho - Galeria Vincent Van Gogh;
3- Um artista do Planeta Terra - Espaço Toninho de Souza;
4- Contemporaneidade Brasileira - Instituto Cultura Hispânica;
5- Brasilidade 93 - Galeria Le Corbusier - Embaixada da França;
6 - Experimentações - Espaço Cultural da Câmara dos Deputados Federal;
7- Melanciacultura - RT Galeria de Arte;
8 - Ecologia Brasileira - Cavalier Galeia de Arte;
9- Works on Newspaper - Espaço Gazeta Mercantil;
10- Melantucanarismo - Kaza Galeria.
                                 E com estas mostras, o artista estampou a Capa do Segundo Caderno do Correio Braziliense, e obteve matérias importantes no Jornal de Brasilia e no Jornal do Brasil e constou das principais colunas sociais dos principais jornais locais, dando ênfase a sua trajetória artistica em seu pais.                                  

                                 As  regras que o Artista Toninho de Souza não obedeceu, foi   de realizar mais de uma individual no mesmo ano, na mesma cidade. E além da sua Bienal,  o artista foi convidado para participar de dezenas de mostras coletivas nas principais galerias de sua cidade naquele ano.
                               Os desafios e os obstáculos na arte brasileira, em sua maioria,  são necessárias tomadas de decisões que venham ultrapassar os muros que impedem o crescimento e reconhecimento da arte brasileira. E assim, o artista Toninho de Souza atingiu o seu objetivo e hoje é um consagrado artista das artes visuais de seu pais.

Comentários

  1. A primeira regra é acreditar no seu potencial e não desistir jamais... seja perseverante em seus objetivos e vai à luta...

    ResponderExcluir

Postar um comentário