Paraíso Tropical - 1ª Parada de ônibus produzida na Quadra Central de Sobradinho em 1991. |
Por Octávio Lacerda,
A cidade serrana do Distrito Federal, considerada o "ponto alto do DF", nesta comemoração de 62 Anos de sua inauguração na Capital Brasileira, já conhecida também como "Cidade Arte" cujo nome foi cunhado por reunir centenas de artistas em décadas passadas na "Semana de Arte de 1991", teve como principal evento cultural nas comemorações de seus 31 anos de inaugurada, a metade do que ela tem hoje, uma ideia genial do renomado artista baiano radicado na cidade desde sua primeira inauguração, em 1960, de intervir com murais de artes no dia 1º de maio de 1991 nas paredes de abrigos de ônibus e no dia 04 de maio nos 500 m² de tapume de obras no Projeto "Galeria Aberta". O "Projeto Paradas" foi viabilizado inicialmente com 8 artistas de Sobradinho. E Toninho de Souza, nessa empreitada cultural das paradas de ônibus, pintou 8 paradas distribuídas em várias quadras da cidade na técnica de acrílica sobre cimento da fase da Melanciacultura e de sua ruptura artística que veio a ser denominada dois anos depois em Melantucanarismo - 1993.
Mural de Toninho de Souza idealizado na na Oficina de Arte da 3ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza no do Serrashoping em Sobradinho - DF. |
Toninho de Souza, trouxe "a ideia inspiradora" da Capital goiana quando viu o projeto "Galeria Aberta" onde os artistas goianos interviam nas fachadas de edifícios daquela cidade. E ele, no ano anterior foi convidado pela Ratto Propaganda a realizar 294 m² de Tapume de Obras em pleno centro da Capital Brasileira, e com aquela visão dos murais goianos veio a inspiração de fazer nas paradas de ônibus já que sua cidade sobradinhense não tinha edifícios de grandes alturas.
Jonas Pereira e Gilson Filho na criação e pintura dos murais na Oficina de Arte da 3ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza no do Serrashoping em Sobradinho - DF. |
E assim, em maio de 1991, 31 anos atrás, no "Projeto Paradas" elaborado pelos artistas Arlindo Castro e Glênio Lima, para captar recursos junto aos órgãos de cultura, ao ser executado nas primeiras paradas pelos artistas Arlindo Castro, Nogueira de Lima, Glênio Lima, Fernando Graça, Thomas Ritter, M. Kalil, Francoy Jr e Toninho de Souza. O apoio da mídia através de diversas reportagens das TVs locais e as manchetes dos jornais: Correio Braziliense, Jornal de Brasília e BsB Brasil surgiram mais 12 artistas voluntários, já que o projeto sempre foi iniciativa voluntárias dos artistas em transformar Sobradinho em uma cidade arte.
Betinna Braga na criação e pintura dos murais na Oficina de Arte da 3ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza no do Serrashoping em Sobradinho - DF. |
Aquela ideia dos murais de arte urbana nas paradas de ônibus foi disseminado nos anos seguintes nas outras cidades administrativas em projetos desenvolvidos por outros artistas. Atualmente alguns artistas de outras cidades administrativas se intitulam criadores das paradas, porém foi um projeto autêntico de artistas sobradinhenses, moradores da "Cidade de todas as artes do DF".
Marc Lui na criação e pintura dos murais na Oficina de Arte da 3ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza no do Serrashoping em Sobradinho - DF. |
O sucesso da arte urbana das paradas de ônibus, levou no século passado os murais de artes para a Esplanada dos Ministérios na 2ª Bienal de Arte Contemporânea de Toninho de Souza. Com o passar dos anos, essa ideia foi dezenas de vezes copiada e não morreu. Na realidade a ideia do artista baiano em 1991, foi popularizada em outras cidades administrativas por outros artistas, tendo as paradas como suporte de arte urbana no DF.
Por ser o criador da ideia dos murais nas paradas de ônibus, o consagrado artista candango radicado em Sobradinho antes de sua inauguração, pois ele chegou em fevereiro de 1960, criou a 1ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza - 2017, para dar continuidade dos grandes murais e transformar "Sobradinho no maior museu a céu aberto do DF", um projeto que deu início em 2017, que teve como objetivo inicial, em transformar a região norte em um grande museu a céu aberto envolvendo Planaltina, Sobradinho, Sobradinho II e Fercal (onde houve inserções de três paradas na Rua do Mato). As dificuldades de recursos para viabilizar a segunda em 2019 e a terceira bienal em 2021/2022, por ser muito extensa as quatro regiões administrativas, foi simplificada para apenas a cidade de Sobradinho onde atualmente mora o artista.
Bernadete Holanda, artista naif, na criação e pintura dos murais na Oficina de Arte da 3ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza no do Serrashoping em Sobradinho - DF. |
A ideia de seu criador é manter esses 50 murais idealizados nas paradas de ônibus pela bienal durante todo o ano de 2022 para manter este acervo cultural aberto a visitação pública de sua população e turistas que visitam a cidade, se a Administração Regional de Sobradinho e a Secretaria de Transportes e Mobilidade prorrogarem as autorizações para essas intervenções culturais nos patrimônios públicos da Capital Brasileira.
Mural do Fernando Lacerda na Oficina de Arte da 3ª Bienal Internacional de Arte Urbana de Toninho de Souza no Serrashoping em Sobradinho - DF. |
A terceira bienal começou com 16 artistas, são eles: Arlindo Castro, Nobre, J. Vicente, Anselmo Rodrigues, Fransoufer, Morenu, Carlos Athualpa, Magno Ernesto, Maldonado Dias, Tom Melo, Laura Lambré, Gersion de Castro , Ilailson, Bernadete Holanda, Cisela Björk e Toninho de Souza. E agora, com o sucesso do evento já participam deste grande museu a céu aberto no Distrito Federal mais três artistas, são eles: Vallardo de Honduras, a Lucivânia de Oliveira do Lago Oeste e o sobradinhense Paulo Roberto. E estão mantendo contato com o criador e coordenador do evento outros artistas da cidade, do Brasil e de outros países.
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